(poema dito por Susana Vieira no encerramento da Jornada para a noite) .A NOITE*— JOSÉ MÁRIO BRANCO Com que passo tremente se caminha Em busca dos destinos encobertos! Como se estão volvendo olhos incertos! Como esta geração marcha sozinha! Fechado, em volta, o céu! o mar, escuro! A noite, longa! o dia, duvidoso! Vai o giro dos céus bem vagaroso... Vem longe ainda a praia do futuro... Em tudo que já fomos está o que seremos No fundo desta noite tocam-se os extremos E se soubermos ver nos sonhos o processo Os passos para trás não são um retrocesso A noite é um sinal de tudo quanto fomos Dos medos, dos mistérios, das fadas e dos gnomos Da ignorância pura e da ciência irmã Em que, sendo passado, já somos amanhã A noite é o espaço vago, o tempo sem história Em que as perguntas nascem dentro da memória Em tudo que já fomos está o que seremos Mas cabe perguntar: Foi isto que quisemos? Em tudo que já fomos está o que deixamos No ventre das marés, nos portos qu
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